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Refrigeração
Eficiência energética na cadeia do frio
O novo diferencial competitivo da indústria brasileira. Como diagnósticos, automação e testes de performance em câmaras frias transformam a refrigeração industrial em um ativo estratégico que reduz custos e emissões.
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Na indústria brasileira, especialmente nos segmentos alimentício, farmacêutico e de bebidas, os sistemas de refrigeração industrial representam uma parcela significativa do consumo elétrico. É também uma das áreas onde os ganhos concretos em eficiência energética podem gerar impacto direto na competitividade.
Um estudo conduzido na Universidade Estadual Paulista (UNESP) analisou uma planta de bebidas e identificou economia de 1,7 GWh por ano após melhorias em seu sistema de refrigeração, com investimento de aproximadamente R$ 302 mil e retorno em cerca de 1,25 ano. O caso mostra que a eficiência energética não é apenas uma meta ambiental, mas uma decisão de engenharia com retorno financeiro comprovado.
Quando falamos em cadeia do frio, estamos nos referindo à operação térmica completa: produção, refrigeração ou congelamento, armazenamento, transporte controlado e entrega. Todo esse fluxo depende de sistemas industriais que, por sua natureza, consomem muita energia elétrica (compressores, bombas, ventiladores e trocadores de calor). A literatura técnica destaca que esses sistemas “demandam grande consumo de eletricidade e, consequentemente, geram impactos ambientais”.
Sob a ótica estratégica, investir em eficiência energética na cadeia do frio vai muito além da economia de energia. Trata-se de fortalecer a competitividade, reduzir riscos associados a custos variáveis de energia e ampliar o alinhamento com metas de sustentabilidade (ESG). No Brasil, onde a indústria responde por uma parcela expressiva do consumo final de energia, esse tipo de investimento se torna ainda mais relevante.
Evidências práticas
O estudo da UNESP mencionado demonstrou que ajustes em variáveis operacionais e modernização de equipamentos reduziram significativamente o consumo, comprovando o valor de uma abordagem técnica e analítica.
Revisões internacionais sobre eficiência em sistemas de refrigeração apontam que tecnologias como acionamentos de velocidade variável (VSD), controle inteligente de condensadores e evaporadoras, armazenamento térmico e simulações de desempenho podem gerar reduções de consumo entre 16% e 27%.
No panorama nacional, o Atlas de Eficiência Energética Brasil 2023, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que mesmo em setores de menor complexidade, como refrigeração doméstica, houve redução média de consumo de 11,5% entre 2005 e 2022. Essa tendência demonstra o potencial de avanço tecnológico que pode ser replicado em escala industrial.
Pilares para gerar eficiência na cadeia do frio
Equipamentos de alta eficiência: O uso de compressores otimizados (como os modelos para amônia), trocadores de calor dimensionados com precisão e válvulas de expansão eletrônicas garante melhor aproveitamento energético. No caso da UNESP, a planta utilizava compressores tipo parafuso, condensadores evaporativos e válvulas eletrônicas, o que contribuiu diretamente para o desempenho alcançado.
Automação, controle e dados: A integração de sensores e sistemas de controle permite ajustar a operação conforme a carga térmica real, e não apenas a máxima prevista. Essa abordagem, aliada a algoritmos de controle inteligente e análise de dados, possibilita identificar ineficiências e agir de forma proativa para corrigi-las.
Operação e manutenção inteligente: Em muitas plantas, os sistemas estão sobredimensionados ou operam fora das faixas ideais. Trabalhar com a carga real, ajustar horários de funcionamento e revisar rotinas de manutenção são medidas simples que podem gerar grandes ganhos de eficiência.
Gestão estratégica da cadeia térmica: A eficiência não se limita à sala de máquinas. É preciso considerar toda a cadeia térmica, desde o armazenamento até o transporte, garantindo que cada elo opere de forma integrada à demanda real de produção.
Desafios e oportunidades no cenário brasileiro
O setor industrial enfrenta desafios estruturais, como tarifas de energia elevadas, defasagem tecnológica em algumas plantas e falta de indicadores padronizados de eficiência, como kWh por tonelada refrigerada. Ainda assim, as empresas que adotam a eficiência como parte da estratégia corporativa colhem ganhos concretos, tanto econômicos quanto reputacionais.
Em um contexto global que valoriza cada vez mais a sustentabilidade, a cadeia do frio eficiente é um ativo competitivo e uma ferramenta de diferenciação no mercado.
Como a Polus Brasil aprimora a performance das câmaras frias
A Polus Brasil atua no ponto onde a engenharia encontra a operação. Cada câmara fria sob sua gestão é monitorada continuamente por meio de dados térmicos e elétricos que revelam o comportamento real do sistema. A partir dessa leitura, são identificadas oportunidades de intervenção que podem envolver:
- ajustes de parâmetros de segurança;
- calibrações finas;
- correções de consumo anômalo;
- recomendações de manutenção preventiva.
Em alguns casos, o foco está em otimizar o consumo energético, reduzindo o tempo de acionamento dos compressores, ajustando o horário de degelo ou redistribuindo a carga térmica em períodos de menor tarifa. Em outros, a prioridade é a estabilidade e a segurança do armazenamento, com revisão de limites de temperatura e verificação do desempenho dos trocadores de calor.
Cada recomendação é validada por meio de comparações reais entre períodos antes e depois da intervenção, garantindo que o resultado seja mensurável. Quando a operação já atinge o equilíbrio ideal entre consumo e desempenho, a Polus mantém o acompanhamento ativo, com alertas automáticos e relatórios que asseguram a continuidade da eficiência ao longo do tempo.
Essa abordagem transforma a refrigeração em um processo vivo, que evolui com base em dados e decisões técnicas, e que gera retorno concreto para quem enxerga o frio como parte estratégica do negócio.
Reflexão final
Eficiência energética não é apenas uma questão técnica, é uma escolha de gestão. Quando as empresas passam a tratar a refrigeração como ativo estratégico capaz de reduzir custos, aumentar produtividade e gerar vantagem sustentável, elas ganham competitividade real.
A questão que fica é simples: sua operação está preparada para medir, testar e evoluir, ou continuará enxergando a refrigeração apenas como um centro de custo?
Fontes
- Tassini, J. O. “Eficiência energética em sistemas de refrigeração industrial: estudo de caso.” Dissertação de Mestrado, UNESP, 2012. repositorio.unesp.br
- Acunha Jr., Ivoni Carlos. “Eficiência energética em sistemas de refrigeração industrial.” In Tecnologias e Aplicações de Baixa Temperatura, 2025. (tradução de Energy Efficiency in Industrial Refrigeration Systems) ResearchGate
- Portela, T. T. “Eficiência Energética no Brasil: Políticas, Motivadores e Barreiras.” 2019. tarlis.com.br
- Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Atlas de Eficiência Energética Brasil 2023. epe.gov.br
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