Crise EUA-China abre janela para refrigeração brasileira crescer
A recente crise entre frigoríficos dos Estados Unidos e a China abre uma oportunidade estratégica para o Brasil ampliar sua presença no mercado global de proteína animal. Com as restrições impostas pela China a fornecedores americanos, o Brasil, que já é líder mundial em exportação de carne bovina, se posiciona para expandir ainda mais seu protagonismo.
Segundo dados da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), o 𝐁𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥 𝐞𝐱𝐩𝐨𝐫𝐭𝐨𝐮 𝐚𝐩𝐫𝐨𝐱𝐢𝐦𝐚𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 2,89 𝐦𝐢𝐥𝐡õ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐧𝐞𝐥𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐫𝐧𝐞 𝐛𝐨𝐯𝐢𝐧𝐚 𝐞𝐦 2024, 𝐜𝐨𝐦 𝐂𝐡𝐢𝐧𝐚 𝐞 𝐇𝐨𝐧𝐠 𝐊𝐨𝐧𝐠 𝐫𝐞𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐞𝐫𝐜𝐚 𝐝𝐞 50% 𝐝𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞. Esse cenário mostra um mercado promissor, mas também traz uma reflexão importante: o crescimento das exportações exige uma cadeia de frio ainda mais robusta, moderna e eficiente.
Transportar carne para o outro lado do mundo exige mais do que escala. Exige precisão térmica, confiabilidade logística e rastreabilidade ambiental, atributos que dependem de uma cadeia de frio eficiente e moderna.
Alguns dados ajudam a entender a dimensão desse desafio:
- O mercado global da cadeia do frio movimentou cerca de 𝐔𝐒$ 270 𝐛𝐢𝐥𝐡õ𝐞𝐬 𝐞𝐦 2023 𝐞 𝐭𝐞𝐦 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞çã𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐜𝐚𝐧ç𝐚𝐫 𝐔𝐒$ 890 𝐛𝐢𝐥𝐡õ𝐞𝐬 𝐚𝐭é 2030, impulsionado pela crescente demanda de alimentos perecíveis e pelas exigências sanitárias internacionais.
- No Brasil, o setor de logística refrigerada é um dos que mais crescem dentro da infraestrutura do agronegócio, com o mercado estimado em 𝐔𝐒$ 2,67 𝐛𝐢𝐥𝐡õ𝐞𝐬 𝐞𝐦 2024 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞çã𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐭𝐢𝐧𝐠𝐢𝐫 𝐔𝐒$ 4,31 𝐛𝐢𝐥𝐡õ𝐞𝐬 𝐚𝐭é 2029.
Sem refrigeração eficiente, não há expansão sustentável!
A cadeia do frio é o elo invisível que conecta o campo ao mercado internacional. É ela que garante que o esforço de quem planta, cria e produz não se perca entre a fazenda e a prateleira, seja no Brasil, seja do outro lado do mundo.
Se queremos aproveitar esta janela estratégica aberta no cenário internacional, a inovação e a modernização da refrigeração brasileira precisam andar lado a lado com o crescimento do agronegócio.